terça-feira, 21 de abril de 2009

Esse Colombo é Colon!


Este texto é fruto de pesquisas feitas por mim via internet quando certa tarde desta chuvosa cidade aracatiense me deparei com esse enigma à baila em diversos fóruns e sites pelo mundo afora. Até que sabíamos ser a origem do famoso navegador um mistério que o próprio Colombo manteve até o último de seus dias. Nem seus próprios filhos sabiam da real origem de seu pai.
Por diversos artifícios o governo italiano apresentou provas de que Colombo era um humilde tecelão de Genova que aos 20 anos iniciou a carreira de navegador. Ele teria ingressado em um dos cinco navios mercantes genoveses, que teria sofrido um ataque contra piratas ,vindo a naufragar na costa portuguesa. Assim no ano de 1476 chega a Portugal a nado para salvar sua vida, deixando para trás o seu passado assumindo uma nova identidade. Estabelece-se em Lisboa e pouco tempo depois casa-se com Dona Filipa Moniz Perestrelo, a filha do Governador português Bartolomeu Perestrelo. Passou vários anos estudando rotas marítimas na biblioteca de seu sogro e após elaborar um projeto foi apresentá-lo ao rei de Portugal que recusando deixa-o decepcionado, mas não sem esperanças. Segue para Espanha e lá expõe seu plano aos reis espanhóis explicando que havia um meio mais rápido de chegar às Índias partindo rumo ao Ocidente. Obtida a aprovação parti rumo a sua missão com as caravelas Pinta, Nina e Santa Maria no dia 3 de agosto de 1492 chegando em terra firme na histórica data de 12 de outubro de 1492, acreditando ter alcançado a costa indiana.

Esse grande personagem da história mundial que descobriu outras terras jamais revelou a sua pátria natal. Por séculos segue o acirrado debate com relação ao real local do seu nascimento. Mas tratava-se de uma disputa acadêmica entre italianos e espanhóis. Enquanto isso o governo de Portugal tentava se manter a parte dessa disputa, mas nos últimos anos surgiram outras correntes teóricas que engrossam a forte opinião de que Colombo não era, nem um humilde genovês (como um pobre tecelão poderia se casar com a filha de um nobre português?) muito menos catalão (que segundo a versão espanhola pertence a uma família nobre de Barcelona formada por banqueiros, mercadores e patrícios). O foco está num Colombo legitimamente português! Vamos às hipóteses.

O Descobridor português das Américas

As bulas papais eram importantes documentos naquela época e recorremos a elas para iniciar nosso estudo. Escritas pelo Papa Alexandre VI(aquele que foi o arbitro na divisão das novas terras entre Portugal e Espanha criando o Tratado de Tordesilhas em 1494) veremos duas bulas onde se cita o famoso navegador.A primeira bula datada em três de maio de 1493,observe a imagem onde lê-se: Crhistophom Colon e a segunda publicada em 4 de maio de 1494 onde aparece Cristofõm Colon.


Nas duas amostras o nome do navegador não está em latim - dilectum filium Crhistophom Colon- Meu filho ditoso Crhistophom Colon- uma vez que poderia muito bem ter se referido a ele como Christopher Columbus. Não está em italiano já que as bulas foram publicadas em Roma e poderia constar seu nome como Cristoforo Colombo, a versão defendida pelos italianos.E também não está de acordo com a afirmação castelhana para o nome do descobridor Christóval Colon , já que eram dirigidas aos reis espanhois.Atentemos ao primeiro fato que eliminaria a hipotese genovense. Em nenhuma das bulas surge o sobrenome Colombo, mas Colon. De principio deixamos a parte a provável origem italiana e estudemos as duas restantes .Espanhol ou português?


Note que em todos os países de lingua espanhola o navagador é tido por Cristóval Colon e ele é mencionado em duas das quatros bulas papais referentes ao descobrimento da América.Na primeira bula podemos cogitar sendo ele cidadão entre espanhol e portugues, mas a segunda está totalmente favoravel a nacionalidade lusa.Por que?


Analisemos o nome presente na segunda bula: Cristofõm Colon
Cristo- sem presença de h , o que é tipico do português- fõm- forma arcaica da silaba portuguesa “vão”. E por último e não menos instigante o til sobre o “O”Somente na lingua portuguesa encontramos esse fenômeno.Não há outra língua que use o til sobre o “o”.[õ], segundo Manuel Luciano da Silva



A Verdadeira Identidade do Espião Português ?


A versão italiana menciona que Cristóvão Colombo era genovês. A Espanha diz que era catalão. E Portugal? Embora as autoridades portuguesas ainda apresentem o navegador como nós aprendemos na escola, há fortes suspeitas de que seja ele o português Salvador Fernandes Zarco que teria sido enviado a Corte espanhola a serviço da Coroa portuguesa como espião.
Como não há nos registros dos cinco navios genoveses atacados pelos piratas nenhum Cristoforo Colombo, o que põe em dúvida a versão italiana, e muito menos registros na Catalunha sobre algum Cristobal Colom, o que poderia indicar ser caso de filho ilegítimo, o que não se sustenta por falta de documentos, levando-nos a descartar neste texto a hipótese espanhola. Resta-nos averiguar os dados apresentados pelos portugueses. A data de algumas correspondências apresentada pelo seu filho Fernando mostram que foram escritas de Lisboa no ano de 1474, o que cai por terra a versão catalã que aponta a chegada do naufrago a costa portuguesa no ano de 1476.
O próprio Colombo menciona não ser o primeiro almirante em sua família, de fato segundo a linha de estudos portugueses Zarco tinha em sua família nada menos do que 10 almirantes. Nas cartas escritas pelo navegador notamos variações na língua castelhana, o que é perfeitamente compreensível não sendo ele espanhol, mas não descartamos ainda a possibilidade catalã, portuguesa ou genovesa. Nas correspondências trocadas com seus irmãos há vários termos desconhecidos ao espanhol da época, poderiam ser expressões em italiano ou catalão, entretanto trata-se de palavras portuguesas e outras tantas espanholizadas a partir do português. Não é estranho que não haja nenhum escrito em italiano?
Os estudiosos alegam ter ele esquecido da sua língua materna, mas poderia um homem de 20 e poucos anos esquecer do seu idioma nativo? Segundo a tradição Colombo tinha dois irmãos, Bartolomeu e Diogo, expostos amostras para comparar o parentesco entre Colombo e Diogo, o material extraído fora insuficiente para apontar tal informação. Os cientistas afirmam que a seqüência é insuficiente, mas como eles iriam encontrar coincidência genética se eles eram meio-irmãos por parte de pai? Salvador F. Zarco era filho de D. Fernando – duque de Beja e de Dª Isabel Sciarra da Câmara (Zarco) e que Diogo (tal como Bartolomeu) era filho de Dª Isabel de Mello.

Aspectos Catalães São Encaixados Com a Historia de Salvador Fernandes Zarco

Fatores cruciais na investigação catalã:
-Ocultação de identidade e assumindo outra.
- Originário da nobre familia do reino de Aragão
-Sangue judeu
-Castelhano com termos alheios
-não era o primeiro almirante de sua familia

Agora comparemos com as informações sobre Zarco

-Oculta suas origens e passa a viver de uma forma completamente distinta e discreta a ponto de nunca mencionar nada de sua infancia nem a seus próprios filhos

- Tinha ascendência nobre aragonesa (sua avó paterna era D. Leonor de Aragão), conjuntamente com ascendência nobre portuguesa (seu avô paterno era o Rei D. Duarte)
- Tinha sangue judeu, pelo lado materno, dos Zarcos (seu avô era João Gonçalves Zarco, navegador português dos descobrimentos)
- Os termos alheios da sua escrita eram portugueses
- Tinha, de fato, dez almirantes na sua família
Colombo ou Colon?

Sendo Cristovão, Colon ou Colombo,só nos resta indagar o que mudaria se confirmadas as hipóteses de sua origem lusitânia. Histórias a parte, isso é assunto para outro post.Se você se interessou sobre o assunto então acesse:

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