Inocentes e culpados não são poupados quando a justiça vem acertar suas contas. Podemos olhar através desta visão o enrendo traçado por Alexandre Dumas no qual o sentimento constante de vingança às vezes é o que mantém vivo certos homens.
Quando Edmond Dantès, jovem marinheiro recém promovido a capitão e as vésperas de unir-se a bela Mercedes é acusado de conspiração bonapartista, estabelece-se um clima de tensão. Vítima da inveja de seus rivais cai em ardilosa cilada indo parar nas longínquas prisões de If. Sem saber o motivo de estar ali, o acerto de contas torna-se seu único motivo de viver encontrando no sábio Abade Faria um cúmplice de fuga , amigo de infortúnio e mestre para a vida. Faria não resiste e ao morrer destina ao jovem o tesouro escondido na Ilha de Monte Cristo.
Em liberdade, Dantès apodera-se da fortuna e com recursos, põe em prática seu plano de vingança. Ninguém é poupado.Todos pagam com juros os males que fizeram contra Dantès. Interessa observar que com as transformações no decorrer do livro, percebemos um conde que tenta justificar seus atos como desígnios divinos pondo em andamento a justiça de Deus até que, no ápice de sua ventura, percebe que para cumprir seu plano de vingança muitos inocentes são afetados, inclusive sua ex-noiva.
Ajustada as últimas pendências e em reflexão profunda perante a conduta que vem tomando, repassa toda a sua fortuna ao filho do seu antigo patrão para que goze de dias prósperos na sábia conduta dos bens doados em companhia da jovem Valentina na ilha de Monte Cristo enquanto se retira da sociedade para viver uma nova história de amor com Haydée.
Impressiona a verossimilhança temática do livro com a vida real. O coração humano maquina incessante meios de arruinar seus rivais e com isso não calcula a dor e sofrimento que trará ao próximo. O homem é o único animal que trata o outro como um objeto e isso reflete em nossas atitudes todos os dias.
Recomendo a leitura atenta deste clássico universal habilmente concebido por Alexandre Dumas, escritor que não pode faltar na bagagem cultural daqueles que querem refletir sobre as misérias humanas.
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