Foi-se o tempo em que os direitos autorais eram bens monopolizados.Com o surgimento da internet o mundo se reinventou e os direitos autorais se perderam nesta terra de ninguém.Atentos a essa nova realidade, alguns grupos já defendem o livre acesso como um dos elementos primordiais para a expansão da criatividade na era digital.
Na Espanha dezenas de organizações já se reúnem para discutir o tema. Livros, filmes, músicas e demais obras culturais passam a ser encaradas como bens pertencentes à humanidade. No procomún ( como é conhecido em espanhol) as manifestações artísticas são consideradas de todos e não somente de seus criadores.Partindo da premissa de que qualquer pessoa que tenha uma grande ideia precisou estudar, ter contato com outras pessoas, conhecer obras e envolver-se num clima cultural é que entende-se que aquela centelha de luz criativa é nada mais do que o resultado da síntese cultural que se fizera.
A ideia é compartilhar e de compartilhar todos nós internautas já manjamos a tempo. Já pensou em baixar cds, livros, softwares e tudo mais sem ser barrado pelos direitos autorais? A digitalização de tudo que a humanidade já produziu facilitou para que a ideia ganhasse adeptos no mundo todo. Na contrapartida os novos criadores deverão criar coisas que possam ser partilhadas com a sociedade sempre antenado com a questão do coletivo.Difere-se assim dos bens públicos, aqueles controlados pelo Estado, voltando-se para aos bens culturais e intelectuais pertencentes a todos, garantido a inclusão cultural, rompendo ou minimizando a barreira financeira entre conhecimento e acesso.
Importa esclarecer que muitos artistas atualmente faturam com os shows e não mais com a venda de cds. Se outrora foi importante garantir os direitos autorais para o bem e reconhecimento dos (re)produtores de arte, hoje a tendência é coletivizar tendo como foco garantir o acesso à todos.
Na contrapartida transita centenas de projetos de leis em vários países preocupados com a questão dos direitos autorais. Ainda teremos muito o que pensar e repensar sobre o poder que a internet nos dá, ferramenta que coloca o mundo dentro da nossa casa ao tempo que nos lança a ele. Vale lembrar que recentemente o Ministério da Cultura aprovou a nova lei de direitos autorais , texto polêmico que prevê o registro de obras por parte de seus autores para que o conteúdo possa circular pela internet. Ou seja, os sites para baixar mp3 grátis estariam com seus dias contados.
O que se pode deduzir de tudo isso é que apesar dos esforços governamentais, comerciais e pessoais, o modo como a questão dos direitos autorais vem sendo lidada contraria a filosofia da cybercultura, local onde tudo é de todos sem burocracia ao alcance de um click.
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